sábado, 9 de junho de 2012
PERSONAGEM DO SÉCULO XIX.
JOSÉ TEIXEIRA DA SILVA - ZÉ DO TELHADO!
Envio este texto para congratular o blogue e homens como José Teixeira da Silva, assim como também para reflectir sobre alguns descuidos e enganos sobre histórias verdadeiras que até poderiam ser contadas às crianças.
Chamo a atenção que aquela que diziam ser a dita casa do Zé na freguesia de Mouriz, Paredes
não é! Apesar
de se encontrar em bom estado e aberta ao público até ao 25 de Abril, quando
foi abandonada, progressivamente se tem degradado ao longo dos anos...
No entanto recordo
com saudade o meu tempo de criança em que ia ao porto com os meus pais e eles chegando a Mouriz me
diziam: "Olha menino, foi aqui que viveu o Zé do Telhado... ouvia com grande fascínio as
estórias que os meus pais contavam sobre este famoso personagem do Século XIX!
E
então ouvir o Sr. Sousa de Pousada, Fregim, O Sr. Pinto Coelho de Gatão, um
amante dos livros de Camilo e com a sua cultura o que ele me contava:
"Dizia-me que a casa do zé do Telhado não era em Mouriz Paredes, mas
sim em Castelões, Penafiel... a casa de Mouriz era do Zé Pequeno, seu
cunhado...", enfim, eu só sei que lenda ou verdade, eu ficava a ouvi-los a
contar a história do assalto à casa do Carrapatelo e a algumas de Fregim e de
Amarante, com grande atenção e emoção!
Mas este nosso país agora é
realmente desproporcionado e só falam do que lhes convêm.
É certo que todos nós de uma
forma ou de outra já tivemos várias oportunidades para reparar que o nosso
mundo, além de cada vez mais louco, cresce igualmente rechonchudo em estupidez.
Sabemos isso por economistas e
políticos, e sabemos que é por isso que a onda de choque provocada por alguns idiotas
e amigos está para durar,
isto até porque atrás de um anda sempre outro
Para o Zé a estupidez na
ladroagem só é comparável à dos que se deixam roubar sem reagir por temerem que
as leis modernas os punam mais severamente do que os regionalmente denominados amigos
do alheio (para gente insistentemente nova, lembro que este termo era
carinhosamente utilizado no jornalismo português dos anos 60/70 para denominar
um vulgaríssimo gatuno.
Para provar a desproporção
nacional na área da gatunagem mostro o que lá fora se passa com um
vulgar ladrão que também é pateta por natureza.
Vejam isto (nem me preocupei em
saber onde se passa esta aventura cheia de critérios críticos, mas deverá ter
sido nesse magnífico alfobre que são os EUA – tanto faz, a estupidez é
assim em todo o lado):
Perguntar-me-ão agora em que é
que Portugal é desproporcionado em termos de gatunagem. É razoável, foi
por aí que eu quis começar.
Não é assim nem está correcto, no entanto tenho de lembrar
que Portugal já teve patifes épicos – como foi o caso do Zé do
Telhado, homem do Norte, de boa cepa!
Corriam as ressacas das Lutas
Liberais e o país andava sem rei nem roque. E o Zé assaltava com
pundonor, por vezes acompanhado de padres, morgados locais e até homens de
leis. Quem se der ao trabalho interessante de ler as Memórias do Cárcere
do grande Camilo ficará a conhecer um pouco da história. A parte
final dela – que obviamente Camilo não poderia adivinhar – conto-a eu em
Porto versus Lisboa (à atenção do Manuel!), onde falo do seu
degredo angolano: ali viveu honestamente, negociou, teve filhos e, mais
importante de tudo, ganhou tal fama de protector dos mais fracos que foi
enterrado numa bela sepultura em Xysa (nas proximidades de Caculama,
Malange) com fama de santo.
Porto 9 de Junho de 2012
Marco Antunes
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