Um amigo demonstrou-o de uma forma clara e evidente que a freguesia ficou estrangulada e mais pobre! Ás vezes não acredito no que ouço, até porque não sou contra o progresso, mas a evolução descontrolada têm limites!
Assim espero que sejamos capazes de abrandar, reflectir, sobretudo dar prioridade à manutenção do que temos que por si só já não tem sustentabilidade, e sobretudo que seja a tempo, isto porque á vinte anos que faço a minha parte e só encontro iluminados às escuras.
A Imponente estação, completamente vazia!!!
Infelizmente muita gente já partiu intoxicada com o que viu e ouviu, mas continuamos a fazer o que não devemos, sem nos preocuparmos com o futuro que vamos deixar ás novas gerações. Não te preocupes, quando rebentar rebenta para todos! Sozinho não consegues mudar o mundo! Pessimista.
De quem eu sempre gostei, foi de quem enfrentou a realidade, isto porque hoje já ninguém enfrenta nada com realidade, seriedade, com honestidade tal como os HOMENS que hoje não vemos mais.
Contam que os homensitos venderam a alma ao diabo, venderam a (mulher) ou (homem), venderam os filhos e continuam a vender tudo, tudo a troco de nada!
Bom
esta foi a carta do meu amigo, que antes de partir nos deixou, um sinal
do que é certo e do que é errado, isto até porque já assisti, à impossibilidade de tirar
bilhete nas máquinas da nova estação:
Os HOMENS cumpriram a sua parte, fizeram o que tinham que fazer, não se venderam, digamos que só faltou colocar depois da virgula o ponto final.
O DESERTO - VISTO POR MANUEL SOUSA PINTO DE BARROS
Mas as máquinas só aceitavam notas e não moedas mas só tinham moedas. Viajaram sem bilhete. Mais tarde as mesmas máquinas só aceitavam moedas, mas como só tinham notas e a máquina não aceitava notas, resultado. Viajaram novamente sem bilhete. Chefe de estação! Qual chefe de estação, não existe chefe de estação algum!
O comboio chega, e Revisor! Qual Revisor qual bilhete, nem Revisor nem bilhete!
Por tudo estar previsto ser certo mas sair errado, publíco mais uma vez a carta que o que o meu amigo me pediu insistentemente quando colaborei com ele num opúsculo.
Sou feliz por razões diferentes, mas sou feliz assim mesmo!
Manuel de Sousa Pinto Barros apesar de ter um sentido
apurado de ironia, sentia-se desiludido por não conseguirem vencer a
contenda, eu vou contar:
Tomo
a liberdade de transcrever, uma carta por ele endereçada aos
Novelenses.
“Olho á minha volta e vejo que tudo é belo, então apercebo-me de que
pessoalmente sou forçosamente um homem muito feliz.
Sou feliz, porque conheço pessoas fantásticas como você e outras, sou
feliz porque partilho sorrisos olhares e conversas de amigos, sou feliz
porque ainda estou aqui, junto de pessoas amigas com particularidade na
aldeia que me viu nascer.
Neste mundo que me rodeia não há nada, mas mesmo nada a não ser a
previdência Divina, que me impeça de pretender ser uma pessoa feliz.
A antiga estação completamente ao abandono!
Caminhar,
caminhar e concretizar os meus sonhos, sorrir e gritar bem alto ao
mundo para dizer o que se sente a todas as pessoas, de que a guerra não
leva ninguém a lado nenhum para termos o que queremos ter. Só é preciso
que cada pessoa faça a sua luta honestamente. Não é preciso nem é
necessário recorrer á maldição das armas, não é preciso recorrer á
violência, mas sim corresponder em qualquer circunstância com um simples
sorriso e ao mesmo tempo com um gesto de ternura.
Por tal facto insisto dizer que sou feliz, porque através desta mensagem
tenho o pressentimento de conseguir colocar todas as pessoas com uma
certa dose infinita de felicidade.
Onde está o jardim, as flores e o reluzente lago na antiga estação!
Por
vezes fico triste e comovido, por saber que no mundo em que vivemos,
existem coisas maravilhosas e tão belas, mas que os homens mais
poderosos deste planeta só sabem resolver os problemas com a força das
armas de guerra, causando a morte de milhões de pessoas e crianças
inocentes e o caos da destruição.
Eu me confesso, apesar de ser uma pessoa feliz, sinto ter uma dor
sentimental a qual me deixou marcas com cicatrizes e que são difíceis de
desaparecer, exemplificando o motivo.
O silêncio vivido
por parte das pessoas responsáveis na altura de um passadorecente,
resultou a que não tiveram força necessária para acionar o travão acerrimamente
contra os invasores, para que a centenária estação denominada Penafiel não
tivesse o triste desfecho que infelizmente teve. Pois esta situação poderia ser
evitada por força de uma ação popular desta aldeia de Novelas, porque o caso
tinha pano para mangas e o assunto teria sido resolvido com outras diretrizes.
Um verdadeiro pesadelo para os mais velhos e um gueto para os mais novos. A noite é para quem tem unhas!
Agora que está tudo
resolvido a contendo de muita gente interessada, o meu gesto de revolta para
sempre”.
"Depois dos
valores estarem definidos nada os surpreendeu, a luta não sortiu efeito e em
consequência disso agora perdeu-se quase tudo. A rotina já triturou a nossa
semeadura inicial de ilusões, e hoje já só nos resta fantasiar utopias.
Parabéns pelo belíssimo texto. Comungo o mesmo sentimento.
ResponderEliminarAbraço para os Novelenses
Angelino Pereira