A Junta de Freguesia de Novelas,
a Associação Recreativa Novelense e a Associação Para o Desenvolvimento da
Freguesia, comemoraram o 25 de Abril com os Novelenses 38 Anos depois da
revolução dos cravos. Fizeram-no
com várias personalidades, como já é habitual e conforme anunciado.
No dia 24 de Abril de 2012 à
noite, no Salão Polivalente da Junta de Freguesia de Novelas, fizeram-se soar
cantigas de Abril evocando a liberdade. Por sua vez Rui Vaz Pinto com a força das palavras lembrou Catarina Eufémia quando o sangue regou a campina e o povo por ela chorou.
Carlos Cunha, Francisco Carvalho
e Fernando Ribeiro, com muita estima fizeram da cantiga uma arma e lembraram aos Novelenses a
revolução e o Zeca, um génio inigualável e com um grande contributo
para a liberdade dos Portugueses.
No dia 25 foi a vez da
Associação Recreativa Novelense e Associação para o Desenvolvimento da
Freguesia de Novelas, colocarem em marcha uma tertúlia com José Castro, um homem de Abril, activista
estudantil e sindicalista dessa época.
Foram esclarecidas dúvidas aos jovens e recordou o 25 de
Abril de 74, como sendo uma revolução mais que necessária e fundamental para a
dignidade de um povo que cerrou fileiras na procura e conquista do pão e da paz.
Este foi um dia distinto
na vida de cada Novelense, especialmente para aqueles que viveram Abril com a
esperança de uma vida melhor.
Mas a história poderá vir a repetir-se, se nada fizermos e continuarem a fazer crer de que não valeu a pena. Quando são
ultrapassadas barreiras como a opressão, a ditadura e a escravidão vale sempre
a pena, e seria péssimo dizer que tudo foi assim tão mau.
Ainda me lembro, foi na escola
América Cardeal Rocha Melo, quando a na 4ª classe a professora, dizia que finalmente
estávamos livres, comecei então a festejar sempre o dia da liberdade desde esse dia.
Continuo-o fiel
tal como o senti e vivi quando tinha nove anos em 25 de Abril de 1974, apesar de ainda hoje existir quem se esqueça do aspecto miserável como que se apresentava a freguesia
até essa data – a maioria das ruas não estava ainda pavimentada, e em muitas
delas os esgotos corriam a céu aberto; as habitações tinham péssimas condições
de salubridade, sem água potável, sem sanitários, sem energia eléctrica,
conforme foi retratado na Associação Recreativa Novelense.
Resolvidos problemas fundamentais 38 anos depois, agora as
preocupações são outras e maiores, os portugueses
passam hoje por um conjunto de dificuldades que ainda há alguns anos pareciam
inimagináveis, o desemprego aumenta e o drama atinge, sobretudo, os mais
jovens, que lutam por uma oportunidade de colocação na vida activa.
Este flagelo diário
assombra uma retoma na economia, impedindo o seu crescimento.
Os Jovens precisam
apenas de uma oportunidade para mostrar a sua qualidade, o seu empenho, a mais
valia que trazem para a construção de um futuro melhor.
Mas cada dia que
passa tentamos conter a liberdade, acompanhado o mais possível de responsabilidade,
e continuamos a assistir a actos e omissões, onde me vem sempre à lembrança a
revolução numa das suas canções “ cravo vermelho ao peito, a todos fica bem,
sobretudo dá jeito, a certos filhos da mãe”.
Foi com todo este sentimento que apesar de tudo, no Salão da junta de freguesia de Novelas vivi, momentos únicos
com a força das palavras e das canções, a retratar muito bem a força de Abril.
Na Associação
Recreativa Novelense e Associação Para o Desenvolvimento da Freguesia de
Novelas, retratou-se e dignificaram-se os valores do 25 de Abril com chamadas
de atenção para os direitos constitucionais, uns atrás dos outros, que começam
a ser postos em causa, e se verifica um jogo de interesses que resultou no
estado a que isto chegou.
Para dar a conhecer às crianças o
quanto foi importante este dia, a Associação para o Desenvolvimento da
Freguesia de Novelas, colocou um Mural para ser pintado com cores vivas de
Abril e motes da liberdade, encerrando com Velas pela Liberdade, barquinhos de
papel no Rio Sousa que transportaram esperança para um futuro melhor.
É necessário
evocar, que um cravo e um pão se igualam na mesa da justiça, e que o 25 de
Abril levou a esperança a todas as famílias e não só a algumas que vivem na sua
sombra, sendo responsáveis os que não souberam aproveitar a liberdade, a
responsabilidade, solidariedade, a fraternidade e honestidade de forma a todos
poderem viver melhor.
E os que se ajoelham
ao passar da procissão são tão culpados como eles.
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