José Silva
domingo, 19 de fevereiro de 2012
VAMOS RESSUSCITAR JOSÉ AFONSO!
José Afonso!
O Zeca, foi estudante de liceu, na Coimbra dos seus dezasseis anos. Juntamente com outros estudantes, por aquelas festarolas, tertúlias académicas, repúblicas… ia fazendo notar a sua voz.
Aos vinte anos, entra na Universidade para cursar Ciências Histórico – filosóficas; entra também de pronto para cantar no Orfeão…
Toda a década de cinquenta vai ser ‘o cantor’ principal do Orfeão Académico. Interpreta e cria lindíssimos fados tradicionais da canção Coimbrã. É desta altura a “Balada de Outono” e “O Meu Menino é d’oiro”.
Mas, “muda o vento e vira a sorte”, José Afonso tem que cumprir-se e cumprir o seu desígnio.
Começa então a cantar uma cantiga nova: uma cantiga que ninguém conhece! Esta cantiga rompe com a praxe e tradição Coimbrãs e vai tornar-se na mais acutilante arma de denúncia e de combate político e social.
Grava os “Vampiros” e o “Menino do Bairro Negro”.
Começa, obviamente, a incomodar muita gente.
Como professor, vai para Moçambique.
Aí vai tomar consciência dos graves problemas do colonialismo e da guerra colonial. Compõe “Menina dos olhos tristes”.
De regresso ao Continente, é colocado como professor em Setúbal, onde passa a viver.
Desenvolve intensa actividade política e social com as suas cantigas.
É expulso do ensino.
Alguns amigos ajudam-no. Vai dando algumas explicações…
Detido várias vezes pela “Pide”… não desiste!
Com a sua actividade, coragem, exemplo, vai tornar-se verdadeiramente num símbolo maior da resistência ao “fascismo”. As suas cantigas, criadoras de cumplicidades, são mobilizadoras e despertadoras da força e da vontade que vai levar ao 25 de Abril.
Com o 25 de Abril, entrega-se inteiramente à revolução e às chamadas “Jornadas de sensibilização Cultural”.
Em 1982 é-lhe diagnosticada a doença que o vai matar!
Morre a 23 de Fevereiro de 1987, com 58 anos.
Que nos proporia ele hoje?... Que nos cantaria ele hoje?
Ah! Que falta que ele nos faz!
Companheiros, vamos ressuscitar José Afonso!
José Silva
José Silva
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